quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

LUZIA E A LUZ


Luzia e a Luz

Ia Luzia com sua luz
iluminar!

Luzia ia!
e a luz parecia 
o que todo mundo via:
a luz que trazia
o amor e a alegria

Brilho a voar, cantar, amar
pelas mãos de Luzia
que ia, ia, ia...

domingo, 21 de fevereiro de 2016

PIPOCA



PIPOCA  (texto adaptado de Rubem Alves)
A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.




Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.



Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.

Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.


"Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.

 Jesus disse: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á". A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...

Curso: Mitologia e os Arquétipos

“Para a razão o fato  de ‘mitologizar’ (mythologein) é uma especulação estéril, enquanto que para o coração e a sensibilidade esta atividade é vital e salutar: confere à existência um brilho ao qual não se queira renunciar.”
                                                 C. G. Jung (1978)

COMPREENDER A DINÂMICA DOS ARQUÉTIPOS E COMO ELES FUNCIONAM,  ATRAVÉS DOS DEUSES MITOLÓGICOS

Módulo I – arquétipo e mito
       origem
                                                                                                                     inconsciente coletivo e individual


MITO  =  do grego mythos = “palavra”, “narrativa”, “discussão”
        é uma história que diz respeito ao relacionamento interior do indivíduo com o divino ou o “desconhecido”
        é o reflexo dos desejos, necessidades e medos particulares e coletivos do homem
        é como espelho do ser que lembra quem ele é e como pouco mudou
        é a base para a maioria das religiões, filosofias, literatura e arte do mundo


          Mitos:
 produção cultural; elementos arquetípicos são construídos numa expressão formal que se liga ao consciente coletivo cultural – aparecem do mundo exterior  para dentro do indivíduo; 
são os relatos de acontecimentos ocorridos
 no tempo primordial, mediante a intervenção
 de entes primordiais. 

 “... Encaramos os mitos antigos como paralelos de nossa própria história de vida e podemos nos identificar facilmente com os diversos fios condutores e conceitos nas narrativas, sejam quais forem os personagens e o comportamento ou resultado do conto.”
                                                                                (BARTLETT,  p.13)



Módulo II – Deuses e Deusas
       deuses olímpicos – características
       jornada heroica

MITO DO HERÓI: “um jovem destrói o monstro devorador e vence os poderes das trevas para conquistar a princesa, sua futura esposa, ou o tesouro com o qual se tornará o futuro rei”. (GRINBERG,p.162) 

 Missões do herói:
        ensinar a pescar, curar, caçar
        destruir demônios e monstros
        vencer o mal
        conduzir o povo ao mundo novo
        dar o fogo (consciência)
O herói se torna um indivíduo distinto por conta própria depois da dissolução da adoração à Grande Mãe ou Grande Deusa.




Módulo III – Mito Pessoal
       símbolos/ amplificação
       relacionamento com mitos

 “...uma palavra ou imagem é simbólica quando implica alguma coisa além do seu significado manifesto e imediato”.  Jung
“Quando a mente explora um símbolo, é conduzida a ideias que estão fora do alcance da nossa mente.” Jung
Por isso “utilizamos termos simbólicos como representação de conceitos que não podemos definir ou compreender integralmente.”   Jung
“Todas as religiões empregam uma linguagem simbólica e se exprimem através de imagens.” Jung


Mito pessoal:
Ø  é uma constelação de crenças, sentimentos, e imagens organizadas em torno de um tema central
Ø   explica o mundo, orienta o desenvolvimento pessoal e social (ajudam no relacionamento com a  família, os amigos,colegas, adversários)
Ø   conduz as necessidades espirituais
Ø   relaciona com o passado, o presente e o futuro

Ø   influenciado pelas experiências acumuladas no ser humano

Palestra com Eliana Ribeiro - "Onde os Caminhos se Cruzam: mitologia yorubá e a construção de uma Ecologia dos Saberes"











quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Criança Interior



 “Em todo adulto espreita uma criança - uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita cuidado, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa". (Jung, 1981, par. 286, p. 175).





Quintal                                   Bia Bedran

Brincar no quintal
Prá renascer a criança
Moleque levado saci-pererê...
Que quer andar solto no
mato,
Mas vive trancado dentro de
você.
Sai correndo muito ligeiro,
voa que nem passarinho...
Pique esconde, pique ajuda,
pique cola, pique tá,
Não deixa ninguém te pegar.
Refrão
Pula corda alto do céu,
Dá impulso com o pé no chão
Uma volta, outra volta, gira
mundo sem parar
Bate forte, coração...
Refrão
Sai procurando um tesouro
onde estará escondido?
Vê no mapa. Hi! Cuidado!
tem pirata, armadilha, tem
mocinho, tem bandido.
Refrão


Frida Kahlo - conexões entre mulheres surrealistas no México

A exposição Frida Kahlo: Conexões entre mulheres surrealistas no México propõe um diálogo entre um grupo de mulheres artistas mexicanas e estrangeiras vinculadas ao surrealismo, que gira em torno da figura de Frida Kahlo como detonador de uma série de influências e movimentos geográficos entre México, Europa e Estados Unidos. 
As artistas representadas na exposição demonstram que as mulheres eram criadoras independentes e audazes, tendo elaborado discursos e linguagens imaginativas e inovadoras.