sábado, 31 de maio de 2014

O DESABROCHAR DO SER
















Psicologia das cores


A cor é assimilada pelo ser humano através do sentido da visão. A visão é dos cinco sentidos o que mais rapidamente conduz a informação até ao cérebro. Dessa forma os olhos são os sensores e o cérebro é o processador.
Quando escolhemos uma cor para elaborarmos nossos trabalhos devemos ter em mente que estamos lidando com um elemento de estímulo imediato, e que essa cor escolhida provocará diversas reações em seus observadores, positivas ou negativas.
A subjetividade do artista, com sua sensibilidade e memória cromática condiciona totalmente a harmonia obtida entre as cores de seu trabalho. Da mesma forma como condicionam a interpretação do espectador da obra observada. As cores influenciam o estado psicológico dos seres humanos de várias maneiras, e são mais ligadas à emoção. As pessoas se lembrarão mais facilmente das cores do que de formas.
No ocidente, as cores surtem diferentes efeitos psicológicos sobre as pessoas, como sugere a lista:
  • Branco - purificador, perfeição, pureza, neutralidade, humildade, limpeza, claridade, frieza e esterilidade, pureza, inocência, reverência, paz, simplicidade, esterilidade, rendição, união;
  • Preto - luto, elegância, solidez, poder, modernidade, sofisticação, formalidade, morte, medo, anonimato, raiva, mistério, azar;
  • Cinza - elegância, humildade, respeito, reverência, sutileza;
  • Amarelo - concentração, disciplina, comunicação, ativa o intelecto, positividade, boa sorte;
  • Vermelho - paixão, entusiasmo, impacto, agressividade, força, energia, amor, liderança, masculinidade, perigo, fogo, raiva, revolução, "pare";
  • Rosa - Amor, carinho, suavidade, acolhimento, romantismo;
  • Azul - harmonia, confidência, conservadorismo, austeridade, monotonia, dependência, tecnologia, liberdade, saúde, purificação, amabilidade, paciência, serenidade;
  • Ciano - tranquilidade, paz, sossego, limpeza, frescor;
  • Verde - esperança, cura, natureza, paz, natureza, primavera, fertilidade, juventude, desenvolvimento, riqueza, dinheiro, boa sorte, ciúmes, ganância, esperança;
  • Lilás - influencia emoções e humores, intuição e espiritualidade;
  • Roxo - velocidade, concentração, otimismo, alegria, felicidade, idealismo, riqueza (ouro), fraqueza, dinheiro;
  • Magenta - luxúria, sofisticação, sensualidade, feminilidade, desejo;
  • Violeta - espiritualidade, criatividade, realeza, sabedoria, resplandecência, dor;
  • Laranja - equilíbrio, generosidade, entusiasmo, alegria, aconchegante, energia, criatividade, equilíbrio, entusiasmo, ludismo;
  • Castanho - sólido, seguro, calmo, natureza, rústico, estabilidade, estagnação, peso, aspereza.




A Moça Tecelã


Por Marina Colasanti
Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.

Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.


Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.

Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.

Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.

Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.

Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.

Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.

Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta.

Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida.

Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.

E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.

— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.

Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.

— Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.


Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.

Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.

— É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!

Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.

Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.

Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.

A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.

Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.


Texto extraído do livro “Um Espinho de Marfim e Outras Histórias”- L&PM Pocket.1999.






domingo, 18 de maio de 2014

História de um brinquedo




Fiz uma adaptação do conto galego de  Rafael Dieste, História de um brinquedo,  para apresentar na Casa de Espanha - RJ. As crianças foram chegando devagar e, no final , todos queriam fazer o barquinho do marinheiro. Tarde muito prazerosa com crianças e adultos.










FINAL FELIZ









história de uma linha

A linha, na arte, representa:  uma interpretação pessoal da realidade; expressão de um mundo fantástico; a representação analítica e sintética da realidade. Cada linha pode ter a sua expressividade: linha reta - sensação de amplitude; linha curva - sensação de alegria, tristeza, movimento, graça; linhas quebradas - agressividade, força; linhas mistas - dinamismo, confusão. E também tem a linha convergente, divergente, linha de chegada e linhas paralelas e... Ah! são muitas linhas. Quer saber mais?  Você terá muitas informações no Curso de Formação em Arteterapia. 

 Você já brincou de cama de gato?





Pontilhismo

TUDO COMEÇA POR UM PONTO
Quando você toma uma iniciativa, sela ela qual for, seu mundo parece que se transforma. Você se sente mais confiante pra fazer o que antes não tinha coragem. Novas possibilidades se abrem e, de repente, aquele lugar onde você sempre quis ir já não fica mais tão longe. Então a vida fica mais clara, ganha mais sentido. E descobrir, agora é uma palavra constante no seu dia a dia. Você descobre que o seu poder de decisão é muito mais forte do que imaginava. E que a palavra cuidado faz muito mais sentido quando você transpõe para outras pessoas. Descobre que cuidar de si é a melhor forma de continuar cuidando das pessoas que você ama. Descobre também que se dar valor é antes de tudo dar valor à vida. E quando você se conhece e acredita no seu potencial, os sonhos que antes pareciam inalcançáveis podem se tornar surpreendentemente reais. De repente você olha para trás e nem acredita que conseguiu realizar tanta coisa. Então, descobre o melhor de tudo. Realizar seus sonhos não começa por coisas complicadas, não começa pelos outros. Começa por um ponto. Um ponto dentro de você.  



Aula no curso de Pós Graduação em Arteterapia em Educação e Saúde. Módulo: Oficina de Arte