sábado, 31 de março de 2012

CELEBRAÇÃO

Para fechar o mês de Março, o final do módulo do Curso de Pós Graduação em Arteterapia e os aniversariantes, celebramos com muito amor, paz e alegria . Confira nas fotos.






sexta-feira, 30 de março de 2012

FORMAS DE FANTASIAR...


À luz da psicanálise, os contos de fadas revelam os conflitos de cada um e a forma de superá-los e recuperar a harmonia existencial. Assim a tão famosa dicotomia entre o bem e o mal, presta-se numa terapia, a uma análise mais contundente da personalidade, na qual se permite trabalhar com sentimentos inconscientes que revelam a verdadeira personalidade (CEZARETTI, 1989: 26).

Diz Bettelheim (1980: 16):

Para dominar os problemas psicológicos do crescimento - separar decepções narcisistas, dilemas edípicos, rivalidades fraternas, ser capaz de abandonar dependências infantis; obter um sentimento de individualidade e de autovalorização, e um sentido de obrigação moral - a criança necessita entender o que se está passando dentro de seu eu inconsciente. Ela pode atingir essa compreensão, e com isto a habilidade de lidar com as coisas, não através da compreensão racional da natureza e conteúdo de seu inconsciente, mas familiarizando-se com ele através de devaneios prolongados - ruminando, reorganizando e fantasiando sobre elementos adequados da estória em resposta a pressões inconscientes. Com isto, a criança adequa o conteúdo inconsciente às fantasias conscientes, o que a capacita a lidar com este conteúdo. É aqui que os contos de fadas têm um valor inigualável, conquanto oferecem novas dimensões à imaginação da criança que ela não poderia descobrir verdadeiramente por si só. Ajuda mais importante: a forma e estrutura dos contos de fadas sugerem imagens à criança com as quais ela pode estruturar seus devaneios e com eles dar melhor direção à sua vida.

ELEMENTOS DA NATUREZA/ FUNÇÕES PSICOLÓGICAS

Durante as aulas do Curso de Pós Graduação em Arteterapia da UCAM Niterói, os alunos apresentaram vivências arteterapêuticas, com conceitos teóricos e práticos. Parabéns pelas excelentes pesquisas e emocionantes apresentações.

AR - FUNÇÃO RACIONAL PENSAMENTO - LINHA

FOGO - FUNÇÃO IRRACIONAL INTUIÇÃO - PONTO

TERRA- FUNÇÃO IRRACIONAL SENSAÇÃO - FORMA

ÁGUA- FUNÇÃO RACIONAL SENTIMENTO - COR

24 DE MARÇO - DIA DE NIVER

Este ano foram, novamente, muitas comemorações do aniversário da Marise Piloto: com a família, amigas de hidroginástica, alunos de pós graduação, alunas do curso de formação em arteterapia, enfim várias pessoas queridas partilharam desse momento único. Feliz Aniversário!!! Muita saúde e sucesso!






PROCESSO PSÍQUICO





Através dos contos de fada podemos expressar, de forma simples e pura, os processos psíquicos do inconsciente coletivo. As imagens arquetípicas que aparecem nas produções artísticas, fornecem pistas para a compreensão da estrutura básica da psique.

Cada conto pode auxiliar no complexo, difícil e misterioso mundo do inconsciente: conhecer nossas sombras, experienciar o animus ou a anima. Alguns contos nos falam do tesouro inacessível e inalcançável vividos durante a jornada heróica de cada ser.

Vale lembrar que não há uma hierarquia de valores no mundo arquetípico pois cada arquétipo é, na sua essência, único e por isso cada conto de fada representará para cada indivíduo uma forma própria de experienciar essa realidade psíquica.



Em termos de valor não há diferenças entre esses contos, porque no mundo arquetípico não há hierarquia de valores pela simples razão de que cada arquétipo é na sua essência, somente um aspecto do inconsciente coletivo, ao mesmo tempo que representa, também, o inconsciente coletivo como um todo.



* Ver glossário

terça-feira, 27 de março de 2012

CURSO CAIXA DE AREIA

Quer conhecer mais sobre Caixa de Areia? A técnica usada é também em Arteterapia. Venha participar do curso!!


segunda-feira, 19 de março de 2012

RODA DAS DEUSAS: o re(despertar) do feminino.






Nós, mulheres, com certeza já ouvimos algo como “nossa, é uma deusa!” e isso remete a alguma coisa que já ocorreu tempos atrás, na antiga história da humanidade, onde as mulheres pertenciam à categoria de deusas.

Todos os pressupostos sobre nós mesmas, nossos valores, nossas ideias, nosso relacionamentos, nosso lugar no universo, estão ligadas às nossas raízes na mitologia das deusas. Elas vivam em grande harmonia com seus ideais, estavam envolvidas com sua feminilidade, escolhiam e buscavam seus objetivos e, principalmente, tinham o poder e a compreensão de si mesma como essência da vida.

De repente, as deusas foram destituídas e menosprezadas do seu significado, sua sensualidade, sua capacidade de pensamento, de fertilização e do seu lugar no mundo. Porém, percebemos que no mundo atual, as maneiras de falar de nós mesmas é uma forma de resgatarmos o envolvimento profundo e corajoso das forças femininas que estavam esquecidas. Lembrar que todas nós possuímos deusas em potencial dentro de nós, na nossa essência feminina, é uma forma de transformar nossos modos de pensar e agir sobre nós mesmas.

Temos que aprender a conhecê-las, identificar com sabedoria quando cada uma dessas deusas – dessa força feminina – aparecem. Elas são aspectos da Deusa-Mãe suprema, adentrando nossa vida com muita energia e, às vezes, provocando mudanças e rupturas.

De acordo com a teoria junguiana, as deusas são arquétipos dos padrões emocionais dos nossos pensamentos, sentimentos, instintos que correspondem a padrões femininos.

“Tudo o que pensamos com criatividade e inspiração, tudo o que acalentamos, que amamentamos, que gostamos, toda a paixão, desejo e sexualidade, tudo o que nos impele à união, à coesão social, à comunhão e à proximidade humana, todas as alianças e fusões, e também todos os impulsos de absorver, destruir, reproduzir e duplicar, pertencem ao arquétipo universal do feminino”. (JENNIFER WOOLGER, p. 16)


terça-feira, 13 de março de 2012

arte contemporânea













A arte contemporânea se caracteriza principalmente pela liberdade de atuação do artista, que não tem mais compromissos institucionais que o limitem.

Na modernidade, os envolvidos com arte procuram produzir diferentes formas numa demonstração de diversidades de gostos e, já de certa forma, numa busca pela originalidade, estilo próprio e pelo uso da criatividade.

Os alunos do curso de pós graduação em Arteterapia vivenciaram um momento de arte contemporânea com toda criatividade e singularidade que o grupo possui.

HORA DO CONTO




A Moça Tecelã
Por Marina Colasanti
Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.

Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.


Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.

Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.

Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.

Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.

Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.

Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.

Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta.

Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida.

Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.

E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.

— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.

Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.

— Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.


Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.

Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.

— É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!

Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.

Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.

Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.

A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.

Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.


Texto extraído do livro “Um Espinho de Marfim e Outras Histórias”- L&PM Pocket.1999.

DEDOCHES - CONTOS DE FADAS

Por trás dos Contos de Fadas

A importância das narrativas no aprendizado e na elaboração do autoconhecimento: uma visão junguiana, sua linguagem simbólica e o arquétipo do herói

Por Vera Márcia Gonçalves da Silva Pina

Basta sentarmos diante de um grupo, crianças ou adultos, e começarmos com, “Era uma vez...” que rapidamente o silêncio se faz presente, os olhos atentos brilham e os ouvidos apuradíssimos não nos dão nenhum indício de qualquer “Deficit de Atenção”. Isso porque, por meio de reis, rainhas, anões, gigantes, ogros, bruxas ou dragões, saímos do nosso mundo real e entramos num mundo onde tudo é possível.



Neste mundo mágico o que aprendemos não é o saber da sala de aula, o conhecimento teórico, intelectual, mas sim, o saber que nos ensina a lutar contra forças invencíveis, superar nossos medos, buscar nosso conhecimento, enfrentar os desafios, nunca desistir e, dentre tantos outros saberes, a identificar qual a hora certa para agir. Um verdadeiro alimento para nossa alma!